Carranca é uma escultura com forma humana ou animal, esculpida em madeira que era utilizada inicialmente na proa (na frente) das embarcações que navegavam e navegam pelo rio São Francisco. As imagens espalharam-se pelo Brasil como uma forma de arte popular e passaram a ser vendidas em feiras e lojas de produtos artesanais. A origem das carrancas é desconhecida, deixando dúvidas se é negra ou ameríndia, se seriam amuletos ou tão somente ornamentos. Os artesãos que produzem as carrancas recebem o nome de carranqueiros.
Já pelos idos de 1888 as carrancas eram referenciadas nos livros de Antonio Alves Câmara e Durval Vieira Aguiar. As carrancas eram construídas a princípio com o objetivo comercial, pois a população ribeirinha dependia do transporte de mercadorias pelo rio, e os barqueiros utilizavam as carrancas para chamara a atenção para a sua embarcação.

Em certo momento da história, a população ribeirinha passou a atribuir características místicas de afugentar maus espíritos às carrancas. Esta atribuição colocava em segundo plano o aspecto artístico da produção de carrancas e elas deixaram de ser apenas uma manifestação cultural popular de uma região brasileira. As principais cidades brasileiras comercializadoras de carranca são Petrolina/PE, Pirapora/MG e Juazeiro/Ba. Lendas da população ribeirinha do 'Velho Chico' relatam também que as carrancas serviam também para afugentar
'nêgo d'água'. O nêgo d'água é, segundo os pescadores da região um ser que vive a assustar os pescadores que navegam pelas águas do querido rio São Francisco.
* Fotos tiradas no Museu Regional de Juazeiro da Bahia.